domingo, 2 de janeiro de 2011

" As vezes parece tão longe, eu digo alô mais ninguém responde.Eu entro no meu quarto eu fecho a porta mais parece que o céu está de bronze..."

O que será que aconteceu???

Meu quarto está frio,
o vazio dele me dá medo.
Nem os livros conseguem mais me consolar.
As músicas que saem do meu violão ecoam tristes.

É estranho meu quarto,
Um pesadelo??

Lá fora, ...
Os ratos estão corroendo tudo, eles são mais fortes do que eu!
Cada leão tenta dominar sua mata, não é fácil, eu sei. Eles fazem de tudo matam, morrem...
Os bichos preguiça encostam nas árvores e dormem.
A mata fica cada vez menor para todos.
E a confusão só aumenta!
Até as rosas estão dando mais espinhos do que flor!
Os trovões fazem da noite dia!
E  quando as estrelas começam a cair, ninguém sabe pra onde fugir.
A neblina forte faz cada um segui só pelo caminho.

domingo, 28 de novembro de 2010

Índios




Tem coisa que não tem explicação
Palavras me faltam.
Tanta inocência , simplicidade...
Que acho ridícula minha vida nesta cidade de ilusão.
Que só sabe fazer sujeira e poluição.
Uma vida em vão
Todos os dias iguais
Sem nenhuma razão.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O que há de melhor



Hoje eu preciso de parar,
Parar para vê o sol,
Olhar a lua ao cair a madrugada.
Parar para jogar queimada na rua,
Sujar o pé, soar o corpo.
Parar para olhar nos olhos de quem quero vê a alma.
Parar para abraçar com vontade quem amo.
Parar para fazer o que gosto, sem pressa de acabar.
Parar para cantar e só cantar.
Sorri, bebe,chorar...

Hoje não dá,
Não dá pra disfarça,
Os olhos já refletem o vazio que há por dentro do olhar.
Não consigo esta com aqueles que estou sem quere estar.
A hostilidade já está na raiz da ação.

Hoje não dá,
A maquiage-se  desmancha, já quero a verdade no olhar,
Quero justiça, quero sol no meu imenso jardim de raízes profundas e perfumes fortes.

Porque um novo mundo grita por mim
E os meus pés cansados e descalços,
Já procura o caminho do meu vasto mundo,
Meu mundo de imaginação, que está fechado para vizitação...

A um poeta

Tu, que dormes, espírito sereno,
Posto á sombra dos cedros seculares,
Como um levita á sombra dos altares,
Longe da luta e do fragor terreno,

Acorda!é tempo! O sol, já alto e pleno,
A fugentou as larvas tumulares...
Para surgir do seio desses mares,
Um mundo novo espera só um aceno...

domingo, 24 de outubro de 2010

Quem não come não aprende na escola

Eu tive fome e não me deste de comer
Por isso sofro a ignorância
Porque apesar da relutância
Jamais consegui aprender.
Matriculei-me aos sete anos como manda a legislação.
Numa escola simples em qualquer canto da União,
Nada aprendi, livro não tinha,
Não conheço nenhuma lição 
só aquelas que estão escritas
Num velho e amassado papel de pão.
Dormia nas aulas em plena manhã
Sentia fome do estômago doer
Esperava aflito a hora da merenda
Momento alegre em que ficava entregue
À melhor lição: encher o prato e comer.
Voltava á sala, nada aprendia
Nem me lembro bem da sinfonia
Que nas manhãs se perdia
Com o cinco vezes quatro,
O sete vezes sete, o nove vezes nove...
Na hora da prova quase sempre errava
O que escrevia a professora riscava.
E, no fim do ano, triste, me reprovava.
Repeti três anos e saí da escola
Lavei carros, fui engraxate,
Limpei vidros, fui até mascate.
Juntei-me a "gangs", conheci bandidos
Fui ventanista e puxador de carro...
Cinco vezes quatro foram as paradas
Junto ás casas assaltadas.
Sete vezes sete as voltas que dei no camburão
Por  crimes cometidos com minha mão
Que sem saber escrever uma lição
Matava, roubava, escapando á punição.
Até que me prenderam, as mãos me algemaram
Um processo muito grande escreveram
Contando os crimes meus e os outros
Que meus amigos cometeram.
Aos vinte e cinco anos vividos
Somando dias e dias sofridos
Fui condenado a viver trancafiado
De toda a sociedade separado
Para ver se aprendia, agora, a lição.
Tarde, muito tarde, nove vezes nove
Serão os anos da soma da condenação
Sem esperança alguma de libertação.
Assinei a sentença no final do julgamento
Pressionando o polegar com a força da minha mão.
Nada aprendi, estava condenado
E nem percebi que tinha sido destinado
à condenação e á prisão do meu Estado
Quando antes da escola, aos quatro anos, fui abandonado.
Nada sei, nada estudei
Não tive condição de aprender
Porque não me deram pão para comer.

Tempo

Acalma m'alma
não precisa se desesperar
È tudo questão de tempo
logo as coisas chegam no lugar