segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Fernando Pessoa

Sonho.Não sei quem sou neste momento.
Durmo sentindo-me.Na hora calma.
Meu pensamento esquece o pensamento,
Minha alma não tem alma.

Se existo, é um erro eu o saber.Se acordo
Parece que erro.Sinto que não sei.
Nada quero nem tenho nem recordo.
Não tenho ser nem lei.

Lapso da consciência entre ilusões,
Fantasmas me limitam e me contêm.
Dorme insciente de alheios corações,
Coração de ninguém.

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